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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Caixão não tem gavetas.

Dirijo o carro do ano. Moro na casa mais luxuosa do bairro. Minha conta bancária tem infinitos dígitos. Estou satisfeito, ponto final. Deve ser esse o teor do que passa na cabeça daqueles que dedicam a sua atenção exclusivamente para os seus cifrões. Mas SÓ isso é tudo?

Ando reparando na ilusão na qual pessoas que vivem somente para o seu dinheiro andam caindo. A elas parece que o ‘ter’ substitui a altura o ‘ser’ ou o ‘estar’. Dizer que possui certa coisa é valorado de maneira muito maior (e mais intensa) do que dizer que possui certa qualidade, seja ela pessoal, intelectual ou profissional.

As pessoas andam classificando o próximo em uma escala que avalia apenas o seu poder econômico. Antes mesmo de dirigir sequer uma palavra, vem logo à cabeça: “Será que ele tem potencial (aquisitivo) para falar comigo?”. Ou pior: “Será que ele tem posses o suficiente para estar aqui, no mesmo lugar que eu?”.

Infelizmente, o caráter econômico está regendo, quase que, ou senão totalmente, as nossas vidas, enquanto sociedade. Aliás, parece que sempre foi assim. Triste. E quem acha que é muito rico por ter tudo o que quer, na hora que quer, sendo isso o suficiente para se auto afirmar feliz, acaba sendo o mais pobre possível que uma pessoa pode ser. O completo materialista não passa de um miserável. 

Porém, há lugares em que o "Visa" não vai te levar. Como dizia o concorrente, há coisas que o dinheiro não compra. E isso é uma grande verdade.

Na realidade, as melhores coisas que esse mundo nos oferece não tem a mínima chance de serem compradas. A companhia da pessoa querida, uma caminhada no domingo ensolarado, um banho na água gelada do mar de verão, não é o dinheiro que traz.

Por mais abastado que alguém possa ser, isso não pode ser o seu leme! Pois como dizia o poeta: “dessa passagem, a aprendizagem é a única bagagem levada”.

Por isso lembre-se: caixão não tem gavetas, e o que cabe na carteira hoje não vai valer nada depois que o nosso próprio prazo acabar.

2 comentários:

  1. Escreve aquele que desfila com "roupas de marca", adora mostrar o que tem (e quer ter somente o melhor) e não vive sem a ajuda materialista dos pais. Hiprocrisia.

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    1. Creio que não há hipocrisia maior do que fazer um comentário desse tipo em anônimo.

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