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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Sobre sorrisos, o futuro e a esperança.

Obrigado.

Pelos ouvidos de cada rodada da vida,
por deixar sempre a porteira aberta,
com uma leve fumaça na chaminé,
e um abraço infinito esperando,
obrigado.

Por correr atrás do meu rastro,
pra que se eu cair, me ajudar a levantar,
pelos empurrões quando já não consigo caminhar
e pela mão doce que equilibra o mundo,
obrigado.

Pela celebração a cada dia ao meu lado,
por ter me dado o mesmo rosto,
o mesmo sorriso e o mesmo coração,
obrigado.

Pelas mentiras que me fazem rir do passado,
pelas verdades que me fazem acreditar no futuro,
e pela companhia para encarar o presente,
obrigado.

Pelos votos de confiança,
por me fazer acreditar em tudo e em todos,
e por me mostrar que o bem é a luz que rompe o caos,
obrigado.

Por me ensinar que tudo nessa vida se resume ao amor,
e nada mais,
obrigado.



Viva.

É bom não deixar pra sentir amanhã,
é bom olhar no olho,
é bom falar ao pé do ouvido,
é bom mergulhar no abraço.

É bom viver hoje,
é bom chegar em casa mais cedo,
é bom aparecer de surpresa,
é bom receber um beijo na testa.

É bom ter um coração batendo dentro do peito,
é bom ter sangue quente correndo pelas veias,
é bom ser imprudente,
é bom saber que dessa jornada, só se leva a emoção sentida.

Pois só assim,
se vive o que nos ensinaram a chamar de vida.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Perspectiva.

Surpreendentes são os modos em que as mais variadas situações são vistas, uma vez expostas a diferentes perspectivas, diferentes pessoas. Cada um tem o seu ponto de vista. Cada ponto de vista faz as suas vítimas.

Alguém que fica noites inteiras sem dormir, com o coração na mão, cuidando de seu amigo, (o melhor dentre todos eles, por sinal), gravemente adoentado, em nada (e em tudo) difere daquele que defende com unhas e dentes a ideia de que é totalmente plausível a primeira mulher ter sido criada da costela do primeiro homem a andar neste planeta. Comportamentos distintos. Visões distintas de distintas coisas. Pontos diferentes da mesma vista. Todos temos. Todos estão certos. Todos estão perdidos. 

Dúvida. Malícia. Certeza. Opinião própria. A maravilha da diversidade. Inúmeras são as possibilidades. A particularidade tem uma beleza provocante, desde que acompanhada com uma boa dose de respeito ao próximo. 

O amigo enfermo, depois e apesar de toda a luta, acabou partindo em uma sexta-feira de lágrimas e tristeza.

A primeira mulher comeu uma maçã errada, reza a lenda.

Cada um enfrenta a tempestade da sua própria maneira. É recomendado que o leme esteja firme nessas horas. Mas também é muito bom se deixar levar e acordar horas depois na areia de uma praia qualquer. 

As escolhas feitas ao longo do caminho nunca devem ser submetidas (e muito menos) baseadas em juízos de valor criados em mesa de bar. 

Quem sabe de nós, somos nós e mais ninguém, disse certa vez uma mente sadia. 

Entretanto, o degrau que separa o acorrentado ao "o que eles vão pensar?" e aquele que navega sob as suas próprias velas, é um tanto difícil de se subir.

Reconhecer, aceitar e aprender a lidar com  o seu próprio ponto de vista, muitas vezes, custa caro. E nem todos sabem onde encontrar a moeda certa para essa barganha. 

Vez que outra faz muito bem olhar o seu próprio mundo de fora. Bem de longe. Quanto mais, melhor. Em silêncio, livre de qualquer influência. Pensar bem e encarar de frente o ponto de vista que cultiva. Ter uma conversa séria com ele, daquelas que geralmente terminam em um abraço apertado de conciliação ou em um adeus indigesto. 

Depois dessa órbita em torno de si, uma vez que decidir voltar à superfície, fica fácil perceber que o degrau da autodeterminação fica bem mais raso, e uma vez alcançado, a opinião alheia fica beirando à irrelevância, quando é, de fato, descartável. 

Cada um tem o seu ponto de vista. Cada ponto de vista faz os seus carrascos. 

O amigo que infelizmente sucumbiu à doença e deixou um coração partido, tinha quatro patas e latia de felicidade toda vez que ela chegava em casa.

A costela mágica estava trincada. 

A maçã era inacreditavelmente doce. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sobre sorrisos, o futuro e a esperança.


Abra os olhos.

Quando não são bebidas que matam a tua sede.
Quando o destino alcançado não dá fim à viagem.
Quando o encontro marcado não acontece.

Quando um fósforo inicia uma guerra.
Quando golpes sofridos já não causam mais dor.
Quando a felicidade já não é o objeto da eterna busca.
Olhe pro lado, apenas.

Quando uma despedida é uma nova página em branco.
Quando o jogo já está perdido.
Quando a água já tomou o convés.
Olhe pra frente, apenas.

Quando fotos falam muito mais do que palavras.
Quando o último raio de luz vem de uma memória.
Quando um sorriso não rompe facilmente a superfície.
Olhe pra trás, apenas.

Abra os olhos. Está tudo ao alcance da percepção.
E de olhos fechados, enxergue tudo que há.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Bom dia.


Quantas vezes por dia flagramos alguém jogar um cigarro pela janela do carro?
Este é apenas um exemplo de uma série de comportamentos que simplesmente pisoteiam na educação e tripudiam da boa convivência. E já faz um certo tempo que o "errado" tomou conta das nossas rotinas de ritmo acelerado e cego. E talvez já esteja deixando de ser tão errado assim. Preocupante.

Estranho pensar que o comportamento excepcional é dar a frente no trânsito, aguardar o tempo correto na fila e segurar a porta do elevador. E oferecer uma "carona" a um desconhecido no guarda-chuva? Impossível. E o velho golpe de fingir que está dormindo quando o ônibus lota? Esse é visto com freqüência também.

Nestes tempos em que a gentileza é raramente presenciada nas ruas, acabam tomados por "burros" aqueles que a praticam.  Chegar antes é o que conta. Azar de quem ficou pra trás.

É repugnante a cultura do "levar vantagem" que está impregnada nas pessoas do nosso país. 
Afinal, quem pensa no bem do próximo, antes mesmo do seu, nesta correria? Altruísmo, aqui? Compaixão, então? Nunca vimos. 
Ainda mais com a sombra, já consolidada no senso comum, da corrupção daqueles que supostamente deveriam reger nossa sociedade de maneira idônea, dando bons exemplos. 
Difícil exigir comportamento diferente do cidadão comum. Nem crianças de colo engolem o "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".

Agora pare e pense. Ainda que a corrente leve para outro lado, não custa nada tentar praticar a gentileza. Com absoluta certeza, um ato de bondade, cedo ou tarde, acaba voltando e beneficiando aquele que o "cometeu". Comecemos falando mais "bom dia". 

Está na hora de criarmos uma consciência social e colocarmos em prática a educação que vem (ou deveria vir) de berço, independente dos exemplos contrários que nos cercam. Lembremos do que é realmente certo e do que é errado.

Ter um saco de lixo no carro não custa nada.  E lembrar que ainda somos civilizados, e vivemos em sociedade, também não tira pedaço. 

Vamos "cometer" o bem. Ele ainda é maioria, acredito.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sobre sorrisos, o futuro e a esperança.


Espera. 

Espera, não vá.
Temos tanta coisa pra viver.
Partir agora só vai cortar nossa história pela metade.
Mais uma.

Espera, tenho muito o que te dizer.
Venho ensaiando versos há dias.
Não quero que vá sem saber sobre o que eles falam.

Espera, ainda é cedo.
Embora não tenhamos certeza do quão atrasados estamos.
Talvez tudo venha à tona na hora da tua partida.

Espera. Ainda tenho um último beijo guardado.
Uma última esperança. Uma certeza.
A mesma que tive tantas vezes, afinal.

Espera. Do que estás fugindo?
O que te espera pra lá do mar?

Aqui, temos muito o que viver ainda. 
Cedo ou tarde.
Espero.





Mãos dadas.

Dedos soltos e aventureiros a se encontrar.
O tempo para. 
Sintonia.
O toque de mãos é um choque de luas. 
Planetas saem de órbita.
A vida toma uma nova rota.
O coração sente calor.

Um toque.
Uma aurora.
O vento sopra.
Revela um novo caminho.





Penso.

Pensei que fosse ser diferente.
Pensei que dias como aqueles se repetiriam.
Luz baixa, quarto vazio. 

Sem máscaras, sem filtros.
Pensei que minhas histórias te agradavam.
Teu riso fácil me pareceu tão sincero. 
Pensei que seríamos tudo. 
Pensei que teríamos tudo. 
Mas a janela se abriu. Uma luz me cegou.
Quando pude enxergar, tu já não estava mais lá. 
Sem razões, sem abraço apertado.
Apenas o gosto amargo do descartável.
Um som estranho ao fundo.
Um "vou ali", pra não mais voltar.