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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sinceridade de Dois Gumes.


Ah, a sinceridade. A coisa mais linda e destruidora que eu conheço.

Quem nunca ouviu aquele(a) amiguinho(a) dizendo "Eu gosto de pessoas sinceras!"?

Acho que todo mundo, já que as pessoas confundem "Sinceridade" com "Conforto".

Elas dizem que querem pessoas verdadeiras e super sinceras, quando na verdade preferem "mentiras convenientes" do que "duras verdades",e no momento que escutam algo que  lhes critica, a coisa já muda e aí é briga na certa.

Não gostam de ouvir que estão sendo chatos, exagerados, arrogantes,
mal-educados.

Não querem ler que aquela foto ficou feia, que aquele texto ficou ruim (haha),
que cantam mal, tocam mal, jogam mal.

E o pior de tudo isso é que eles sabem que é verdade, mas não gostam
de ouvir das outras pessoas e preferem ler "Que foto linda", mesmo sendo mentira.

E mais terrível ainda, é que não compreendem que de um simples "Achei mal-feito", se pode colher opiniões e na próxima vez fazer algo melhor do que tinha feito antes, com base nas críticas.

E qual o problema de tudo isso?

O problema é que se forma um círculo onde pessoas que não têm coragem de dizer o que pensam, agradam quem tem medo de ouvir a verdade e se criam vínculos falsos, onde uma não quer ferir o ego da outra, mas se metralham pelas costas, munidas de insultos e "estórias" (leia-se: boatos) sobre seus (frente à frente) amigos "para a vida toda".

Mas se a tal da "sinceridade" é tão destruidora, como que ela pode ser linda ao mesmo tempo?

Imagine que cada pessoa tem uma reação diferente quando ouve algo sobre ela.

Têm os que não se importam, os que se irritam, os que negam e os que não querem ouvir.

Porém existem aqueles que escutam, analisam, chegam a uma conclusão e falam "É verdade. Muito obrigado!", ou até mesmo "O que mais tu acha que deveria mudar?".

Aqueles que tendem a analisar tudo o que escutam, sempre vão achar meios de se corrigir e de "evoluir", sabendo dos erros que cometeu e de como proceder para não repeti-los no futuro.

Einstein disse: "A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.", e isso é a coisa mais correta que existe.

Quem está disposto a aprender, nunca vai regredir.

E tudo começa aprendendo a ouvir e a aceitar, por mais fortes que sejam, aquelas "duras verdades" que tanto nos assustam, mas que só precisam de um pouco de atenção para que se tornem algo que nos "fortifica" e faz crescer.

Por isso, mantenha-se sempre sincero e não tenha medo de perder amizades, afinal, de que vale alguém na sua vida que não suporta o peso da verdade?




sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mesmo que acabe.



Quase inevitavelmente acabamos encontrando, em alguma ocasião, quem já foi a nossa “metade da laranja” um dia. Não importa quanto tempo já tenha passado. E qual é a nossa reação? Agimos naturalmente como se ela/ele fosse apenas um outro alguém ou temos uma avalanche de emoções e ficamos com as pernas tremendo, sentindo algo esquisito por dentro?

É uma situação bem curiosa essa de ter diante de si aquela mesma pessoa, porém em uma circunstância completamente diferente. Vem logo à cabeça: será que ela ainda é a mesma? E por que não: será que eu ainda sou o mesmo? A resposta com quase absoluta certeza é “não”.

Todo mundo muda. E muda muito rápido. E muda de mais, às vezes.

Mesmo que já tenhamos vivido um longo tempo afastados dela/dele, poucas horas de conversa podem trazer à tona sentimentos que estavam guardados lá no fundo. Quase esquecidos de tão bem guardados. E lidar com eles pode se tornar um pouco difícil.

A realidade agora é outra. A pessoa à nossa frente já não é mais o nosso par. Não é mais ela quem pergunta como foi o nosso dia. Aliás, nesses reencontros, o máximo que pode sair da boca dela é um “e aí, como vai a vida?”. Extrapolando: ela não é mais “ela”.

E é bem provável que isso aconteça com alguma frequência durante as nossas vidas. Pessoas vêm e vão a todo o momento. Quem é tudo hoje, pode ser nada amanhã. E vice-versa. Morremos de amor por uma pessoa hoje, mas amanhã ela pode ser só mais uma. Ou melhor: no futuro, pode ser uma grande amiga, por ter te conhecido de maneira profunda.

Temos que aprender a dizer “adeus” por mais difícil que isso pareça em um primeiro momento. O fato de deixar a pessoa seguir o seu caminho, e deixar a si mesmo tomar outro rumo, com novos pensamentos, novas atitudes é muito complicado, porém importante. Acredito até que nos ocorra um certo tipo de evolução espiritual quando conseguimos lidar com essa “separação”.

Diga adeus.

O reencontro com a antiga pessoa especial pode ser muito mais agradável se já tivermos superado a sua partida. Olhar pra ela e reconhecer que, por melhor ou pior que tenha sido, a “vida” que levaram juntos ajudou a construir quem somos hoje, e quem ela é também. Veremos um pedaço nosso nela/nele, se realmente a/o amamos em algum dia.

Afinal, é sempre amor mesmo que acabe.