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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sobre sorrisos, o futuro e a esperança.


Espera. 

Espera, não vá.
Temos tanta coisa pra viver.
Partir agora só vai cortar nossa história pela metade.
Mais uma.

Espera, tenho muito o que te dizer.
Venho ensaiando versos há dias.
Não quero que vá sem saber sobre o que eles falam.

Espera, ainda é cedo.
Embora não tenhamos certeza do quão atrasados estamos.
Talvez tudo venha à tona na hora da tua partida.

Espera. Ainda tenho um último beijo guardado.
Uma última esperança. Uma certeza.
A mesma que tive tantas vezes, afinal.

Espera. Do que estás fugindo?
O que te espera pra lá do mar?

Aqui, temos muito o que viver ainda. 
Cedo ou tarde.
Espero.





Mãos dadas.

Dedos soltos e aventureiros a se encontrar.
O tempo para. 
Sintonia.
O toque de mãos é um choque de luas. 
Planetas saem de órbita.
A vida toma uma nova rota.
O coração sente calor.

Um toque.
Uma aurora.
O vento sopra.
Revela um novo caminho.





Penso.

Pensei que fosse ser diferente.
Pensei que dias como aqueles se repetiriam.
Luz baixa, quarto vazio. 

Sem máscaras, sem filtros.
Pensei que minhas histórias te agradavam.
Teu riso fácil me pareceu tão sincero. 
Pensei que seríamos tudo. 
Pensei que teríamos tudo. 
Mas a janela se abriu. Uma luz me cegou.
Quando pude enxergar, tu já não estava mais lá. 
Sem razões, sem abraço apertado.
Apenas o gosto amargo do descartável.
Um som estranho ao fundo.
Um "vou ali", pra não mais voltar.