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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sobre sorrisos, o futuro e a esperança.

Ancoradouro.

Pra quem tu vais olhar, senão os meus olhos?
Pra quem tu vais falar, senão à minha alma?
Pra quem tu vais te entregar, senão ao meu abraço?

Sou porto, podes ancorar teu coração.

Preenchendo todos os espaços.
Ocupando o que sempre esperou (guardado) por ti.
Transparecendo todos os teus receios.
Reme ao meu encontro, que te acompanho em cada onda, 
para a sintonia sincronizar-te em mim.



Amanhã em Sol Maior.

Escuta com calma.
Te toco uma música.
Te toco o coração.
A vida dedilha as cordas
enquanto a gente dança sem
ansiar pelo amanhã.

Deslizo as mãos por teus cabelos.
Dirijo meus lábios ao encontro dos teus.
Dou sorrisos por saber que estás aqui.
Sem lembrar que amanhã é outro dia, 
enquanto hoje te observo todo em calmaria.







**Ambos compostos em parceria com Marinna Borba.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Fiquem em casa.

Smartphones, Smartphones everywhere. Essa é a nossa realidade. E isso não é ruim, muito pelo contrário. Um aparelho de mão que se iguala ao computador tanto em potência quanto em utilidade é algo incrível. O problema vem quando você precisa disputar a atenção de alguém com um telefone.

Vamos a uma situação básica. Seu amigo vai na sua casa, ele entra, senta no sofá e depois de lhe cumprimentar, vem a frase: "Qual a senha do Wi-fi?" e pronto, começa a disputa. Você vai tentar arranjar assuntos interessantes, vai tentar falar sobre coisas pertinentes, mas a única resposta vai ser um "Hm" desinteressado enquanto o seu amigo curte algo em alguma rede social. Isso SE ele responder. Depois de ser ignorado, você vai tentar dar o troco, pegando o seu telefone para fazer a mesma coisa com ele. O resultado disso é meio óbvio: Duas pessoas sentadas no sofá, cada uma com o seu celular e o único som naquele cômodo é o da televisão. Isso é algo que se tornou extremamente comum, mesmo sendo uma falta de respeito enorme, mesmo involuntária.

Ora, não precisa procurar muito em algum Shopping para encontrar amigos sentados em bancos, todos curvados em frente ao celular sem conversarem entre si. Isso é tão comum quanto realizar alguma atividade com seu amigo e ele parar para checar o celular. Ir para algum local sem Wi-fi? Deus me livre. Não tem sinal de 3G? É o fim do mundo. E tudo isso pra quê? Para ficar passando o dedo por postagens no Facebook, Instagram, e conversar com alguém no Whatsapp que provavelmente está fazendo a mesma coisa que você. Desrespeitando as pessoas que estão perto de você.

Qual o motivo de sair do conforto de sua casa, ir para algum outro lugar com amigos e simplesmente ignorar eles? Será que é tão difícil assim simplesmente desligar o Wi-fi ou 3G e apenas se divertir e se relacionar com as pessoas que estão ali presentes com você? Eu garanto que não, pois para mim não é.
Se encontrar e se divertir com os amigos. Não era essa a ideia inicial e o motivo para que você saísse de casa? Pois então, eu tenho uma sugestão em que todo mundo sai ganhando.

Fiquem em casa.

sábado, 21 de junho de 2014

Dia D.

Todo mundo já teve um dia muito especial na vida. Mas especial de uma maneira peculiar. O dia do desafio, no qual uma missão teve que ser executada sem a mínima possibilidade de falha. O dia em que o sol brilhou mais forte. O dia que não terminou. 

Aquele dia que já está marcado no calendário há semanas, meses ou até anos. E parece que o tempo não passa. E parece que passou rápido demais. 

O dia D, sabe? Nos embrulha o estômago só de pensar sobre ele. Nos dá um nó na garganta quando nos damos conta de que ele já está chegando. Já chegou!

Pode ser a prova final do semestre, dar à luz o primeiro filho, ou até mesmo jogar uma final de copa do mundo. Todo mundo já teve essa sensação. Se ainda não rolou, espera. Certamente vai acontecer. Mil motivos existem.
Estamos numa eterna busca e o frio na barriga é sempre o mesmo. A graça mora aí.

Mas ele fica ainda mais especial se temos consciência do nosso papel a ser desempenhado no espetáculo. A condução da primeira reunião na empresa ou a apresentação do temido TCC na faculdade, por exemplo. Já imaginou ser o camisa 10 da amarelinha num Maracanã lotado, pronto pra soltar o grito de hexacampeão!? Surreal. 

O dia D sempre chega. 

Nossas vidas são feitas de dias Ds, não é?

São deles que a gente vai lembrar lá na frente. Serão a respeito deles as histórias contadas aos nossos netos (sempre com detalhes exageradamente acrescentados durante a conversa).

Naquele propriamente "batizado" de Dia D, como se sentiram os soldados Aliados desembarcando no litoral francês, cientes de que choveriam metralhadoras sobre eles assim que pisassem na água rasa da praia?! Surreal. Wolverine e seu irmão malvado estavam lá, lembra do clipe no começo do filme? Tom Hanks também passou esse sufoco, antes de ir resgatar o Soldado Ryan.

O dia D pode ser o plantio da semente. Pode ser o fruto colhido. Pode ser tudo. Pode ser nada. Muitas vezes depende apenas do modo como o encaramos. 

Quando menos esperamos, a bola está no nosso pé. O microfone está na nossa mão. A responsabilidade está nas nossas costas. O riso ou o choro é reflexo das escolhas que tomamos.

O dia D é hoje. É amanhã. É logo depois.
Cedo ou tarde, ele chega. 

E aí, tá preparado?

domingo, 25 de maio de 2014

Sobre sorrisos, o futuro e a esperança.

Negócio fechado.


Vou fazer um trato.

Já que durante a esmagadora maioria dos meus dias sou guiado por um piloto automático, decidi fazer um "acordo de cavalheiros" comigo mesmo. 
Quero escutar a minha própria voz ao pé do ouvido. 

Como um conselheiro. 
Como um profeta, talvez. 
Como um guia (não) turístico. 
Um guia de vida. 

Quero que minha própria voz me diga o que fazer.
Quero que as decisões tomadas enquanto dormia venham à tona no mundo real. 
Quero que o vento sopre a favor das minhas velas.

Quero me tomar pelas mãos e me levar na direção do que realmente escolhi pra mim. 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Vossa Graça.

O tempo é rei. É professor. É o amigo que dá a própria vida pela nossa. É o inimigo que nos tira ela sem pestanejar. É cruel. É generoso. É navalha afiada. É mão que acaricia depois do tapa.

O tempo ensina, apesar dos pesares. Nos deixa recados, em bilhetes grudados à nossa mesa no final do expediente, pra amanhã recordarmos daquilo que certamente seria esquecido.

Para nos lembrar sempre de lançar sobre quem está diante de nós o olhar que ele mesmo escolheu, e fez jus a receber. Que cada pingo do nosso respeito deve ser conquistado à base de suor no rosto de quem o deseja. Pois do contrário, não conseguimos enxergar nem a metade do que está por trás dos risos fáceis e das palavras infinitas que jogam em nosso colo.

Mas a Graça é que o tempo passa.

Nossos passos vão ficando cada vez mais longos e nossos braços, mais fortes. O mundo vai ficando mais leve em nossos ombros. Quem sabe a gente deveria fechar os olhos pra tudo ao redor por um instante e perceber a evolução.

Uma dica do próprio: deixa o tempo.

Às vezes esperamos que ele passe rápido como o vento.
Às vezes torcemos pra que o relógio dure a eternidade até completar uma volta. Dedicamos o nosso pra quem ou o que quisermos, na hora que quisermos. E se não viessem o antes e o depois, talvez o agora não seria como ele é, afinal.

O tempo é o juiz. As circunstâncias jogam de acordo com as regras dele e a nós cabe o papel de peças bambeando pelo tabuleiro.

E quando as nossas próprias palavras saem de outra boca? Quando olhamos para os nossos olhos refletidos em outro rosto?
O tempo para! Contrariando a previsão de quem vai sobrevivendo sem sequer um arranhão.

E quando vazam pela boca palavras que o coração nunca quis dizer? Quando o dia seguinte vira pó?
Temos que simplesmente deixá-lo atuar. Esperar a maré subir e lavar o desenho que estava estampado na areia.

Sempre é hora de virar a página e apontar o lápis, porque a próxima aula já pode começar amanhã mesmo, enquanto o tempo sopra a vela.