“Vezenquando” nos perguntamos por que parece que estamos
vivendo uma vida vazia. Por que não temos aquela pessoa querida ao nosso lado?
Por que quem a gente realmente quer por perto não está?
Particularmente, não sei lidar com essas situações.
Não entendo como conseguimos conter - ou até mesmo disfarçar
- sentimentos pelo próximo, simplesmente para “não dar moral” (como dizem) ou
para não deixá-lo “convencido”. Evitamos ao máximo confessar que estamos em
suas mãos. Não vejo explicações pra isso.
Desperdiçamos inúmeras chances de viver momentos ímpares de
felicidade apenas por não dar o braço a torcer e deixar que as palavras vindas
lá do fundo do coração vazem pela boca.
Parece-nos muito difícil olhar nos olhos daquela pessoa
querida e mostrar o quanto gostamos dela, seja por gestos delicados ou ainda
por algumas linhas sinceras em um papel amassado.
Sim, a sinceridade morreu. As boas intenções estão há um bom
tempo enterradas e a transparência nas relações (ou possíveis relações) também
já não existe. E o carrasco de todas elas me parece ser um tipo imbecil de
orgulho. Ou talvez uma estúpida vaidade. Ou ainda o (grande amigo) ego
consumindo todo o resto da nossa essência.
E aí, vale a pena ver o fulano ou a fulana tentando se
aproximar e (mesmo que tu queiras/gostes dessa aproximação), continuar
mantendo-se afastado só pra satisfazer um orgulho vazio?
Andar de queixo erguido, com a alma inflada por saber que
ele ou ela está sempre correndo atrás me parece pobre demais. Pobre, sim.
Mesmo pensando que a chance de dar certo seja pequena, não
podemos nos privar da aposta. Saber que ela ou ele estará ali quando quisermos
é muito pouco, pois pode ser que uma hora a carruagem de abóbora passe e nunca
mais volte. E o orgulho de outrora pode vir a se tornar arrependimento. A
sensação de vida vazia pode não passar nunca.
Vamos nos permitir!
Fale. Demonstre. Deixe um pouco de lado o egoísmo, se gosta dele ou dela. Pode não existir um amanhã com uma nova oportunidade.
Quem sempre esteve ali pode resolver tomar outro rumo, e tudo
que poderia ter sido pode nunca mais ser.